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Vaticano divulga material de apoio para celebração do 105º Dia Mundial do Migrante

Vaticano divulga material de apoio para celebração do 105º Dia Mundial do Migrante

Em vista do 105º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado (DMMR), em 29 de setembro, a Seção vaticana que se ocupa da celebração divulgou um “kit” com material útil de preparação para paróquias e comunidades. Na pasta, que pode ser baixada diretamente no site da Seção, há reflexões, orações, ideias para homilias e encontros e diversas outras sugestões.

Cada ficheiro pode ser descarregado, usado, impresso e partilhado livremente para apoiar a mensagem pastoral do Santo Padre e celebrar o Dia juntamente com comunidades, migrantes, refugiados, deslocados internos, vítimas do tráfico de pessoas e organizações que se dedicam à sua assistência.

Para 2019, o Papa Francisco escolheu o tema “Não se trata apenas de migrantes” para evidenciar os nossos pontos cegos e assegurar que ninguém fique excluído da sociedade, seja residente de longa data ou recém-chegado. Inspirado em Jesus Cristo que revelou a seus discípulos a necessidade duma opção preferencial pelos “últimos”, que deverão ocupar o primeiro lugar no exercício da caridade, o Sumo Pontífice fez referência aos refugiados e migrantes como sendo os últimos dos dias de hoje que precisam de uma ação de amor da Igreja.  A referência foi em sua homilia no VI aniversário da visita a Lampedusa, de 8 de julho deste ano.

Para o papa Francisco hoje os migrantes e refugiados “são os últimos enganados e bandonados a morrer no deserto; são os últimos torturados, abusados e violentados nos campos de detenção; são os últimos que desafiam as ondas dum mar impiedoso; são os últimos deixados sem acampamentos de acolhimento (demasiado longo, para ser chamado de temporário)”.

O papa lamentou que as periferias existenciais das grandes cidades estão densamente povoadas de pessoas que foram descartadas, marginalizadas, oprimidas, discriminadas, abusadas, exploradas, abandonadas, de pessoas pobres e sofredoras. “No espírito das Bem-aventuranças, somos chamados a  acudir misericordiosamente às suas aflições; saciar a sua fome e sede de justiça; fazer-lhes sentir asolícita paternidade de Deus; mostrar-lhes o caminho para o Reino dos Céus. São pessoas; não se trata apenas de questões sociais ou migratórias! «Não se trata apenas de migrantes!», no duplo sentido de que os migrantes são, antes de mais nada, pessoas humanas e que, hoje, são o símbolo de todos os descartados da sociedade globalizada”, disse

Missa presidida pelo papa Francisco

No dia 29 de setembro, que será um domingo, às 10h30 o papa Francisco presidirá a uma Celebração Eucarística solene na Praça de São Pedro. A Seção Migrantes e Refugiados convida os fiéis a partilharem a celebração do Dia na comunidade, enviando vídeos, fotografias ou outros materiais para o endereço [email protected].

“Unamo-nos ao Papa Francisco invocando, por intercessão da Virgem Maria, Nossa Senhora da Estrada, abundantes bênçãos sobre todos os migrantes e refugiados do mundo e sobre quantos se fazem seus companheiros de viagem”, é o apelo da Seção vaticana.

Dia dos Migrantes no Brasil

No Brasil, por ocasião da 17ª Assembleia Geral do episcopado brasileiro, decidiu-se que a celebração do dia do Migrante seria no dia 25 de junho. A Igreja no Brasil realiza, anualmente, em junho a Semana Nacional do Migrante. Este ano, a celebração da 34ª Semana Nacional do Migrante ocorreu de 16 a 23 de junho. Na ocasião, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo divulgou um vídeo conclamando os cristãos a acolher os migrantes.

Dados da ACNUR, agência da ONU para os refugiados, aponta que no Brasil existem aproximadamente 1.2 milhão de migrantes; os refugiados, em dado cumulativo, são mais de 10 mil; e há mais de 30 mil solicitações de refúgio. “O desafio existencial de todos nós não é amar os que são próximos como a família e amigos, isto já fazemos com naturalidade. É nosso dever, como cristãos, amar os migrantes, acolhê-los e ampará-los”, disse dom Walmor na mensagem.

A Igreja no Brasil mantém importantes projetos de acolhida de migrantes e refugiados. Em 2003, foi criado pela CNBB o Setor de Mobilidade Humana. Em 2018, os bispos brasileiros, reunidos em sua 56ª Assembleia Geral, aprovaram a destinação de 40% do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), composto de recursos da Coleta Nacional da Solidariedade realizada no Domingo de Ramos, durante a Campanha da Fraternidade ao projeto Caminhos de Solidariedade de acolhida a migrantes venezuelanos.

A Cáritas Brasileira criou uma página na internet com o objetivo de reunir currículos de migrantes e refugiados que desejam trabalhar e gerar renda. No portal, o interessado poderá se cadastrar e fornecer informações de sua atuação profissional. Existe, ainda, um espaço para que empreendedores e outros contratantes possam anunciar vagas de emprego para esse público.

A iniciativa faz parte do Programa Pana, uma parceria desenvolvida pela Cáritas Brasileira e pela Cáritas Suíça, com apoio do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Lançada com a página Oportunidades, a campanha “Dê oportunidade a nossos Hermanos”, faz parte do terceiro momento da iniciativa, que tem como foco promover a integração. Além da página dentro do Portal EuMigrante, há vídeos publicitários e ações nas redes sociais.

No portal, a Cáritas diz que a meta é favorecer mais de 3.500 pessoas, sendo pelo menos 1.224 delas imigrantes venezuelanas, a partir da integração em sete capitais do Brasil: Boa Vista (RR); Brasília (DF); Curitiba (PR); Florianópolis (SC); Porto Velho (RO); Recife (PE) e São Paulo (SP).

Em Brasília, para o processo de inserção laboral, a Casa de Direitos da Cáritas já colaborou na integração de 200 migrantes, seja na elaboração dos currículos, na procura de oportunidades de trabalho, na sensibilização e orientação jurídica de empregadores e no acompanhamento do processo de adaptação ao trabalho. “Desses 200 migrantes, 75 estão trabalhando”, afirma a assessora nacional de migrações e refúgio, Hildete Emanuela N. de Souza.

Fonte: CNBB