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MIGRAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SANTA CATARINA

MIGRAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SANTA CATARINA

No dia 20 de maio de 2019, realizou-se na Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), o Encontro de Deputados Estaduais, Federais e Senadores, organizado pela Arquidiocese de Florianópolis e FACASC. O tema abordado foi: “Migração e Políticas Públicas em Santa Catarina”. Os participantes refletiram sobre a realidade migratória e apresentaram indicativos  para atender às necessidades dos imigrantes, no que tange à garantia dos seus direitos.

Fizeram-se presentes as seguintes autoridades: Senador Espiridião Amim, Deputados Federais: Rodrigo Coelho. Fizeram-se representar: Ângela Amim, Carmem Zanotto, Giovania de Sá, Hélio Costa. Deputados Estaduais: Fabiano da Luz, José Milton Scheffer, Neodi Saretta, Pe. Pedro Baldissera. Fizeram-se representar: Kennedy Nunes, Rodrigo Minotto, Sargento Lima.

Houve também a presença de representantes das entidades e órgãos públicos: Ação Social Arquidiocesana,Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Regional Sul IV, Cáritas Regional de Santa Catarina, Diretório Acadêmico de Teologia, Conferência dos Religiosos do Brasil/SC, Centro de Referência de Atendimento ao Imigrante, Grupo de Trabalho Imigração da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Secretaria Estadual de Assistência Social, Defensoria Pública de Santa Catarina, e outros convidados.

Pe. Edinei Cândido da Rosa, diretor geral da FACASC, conduziu a oração inicial e acolheu os presentes. Em seu discurso (texto anexo), destacou as motivações para o evento, e os trabalhosrealizados pela Igreja para minimizar os impactos sociais provocados pelo fenômeno migratório.

O Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, saudou os presentes e refletiu sobre três palavras constitutivas da Doutrina Social da Igreja. Amor: é dar do que é seu; Justiça: é dar o que pertence ao outro. “O supérfluo não nos pertence” (Paulo VI); Solidariedade: é fazer acontecer o Amor e a Justiça.

O coordenador da Pastoral do Migrante em Santa Catarina, Pe. Marcos Mario Bubniak expôs o trabalho realizado pelas paróquias e pelo Centro de Referência e Acolhida aos Imigrantes (CRAI), que consiste em: acolher, proteger, promover, integrar e celebrar. Destacou que Santa Catarina é um dos poucos Estados do Brasil que realiza de forma concreta uma parceria entre o Governo e Sociedade Civil Organizada para o atendimento dos imigrantes.

A assessora, Dra. Dalila Pedrini, reforçou que somos todos imigrantes, e fez uma indagação: a história migratória nos torna mais acolhedores? Ressaltou a urgência da efetivação de uma Lei Estadual que institui uma Política Pública para os Imigrantes, elencando vários  elementos necessários para a garantia da dignidade, proteção e integração dos mesmos. Entre outros salientou os seguintes:

  • Acesso aos direitos e serviços públicos;
  • Respeito e tolerância à diversidade cultural e religiosa;
  • Tratamento digno;
  • Viabilidade para documentação, trabalho, ensino da língua;
  • Integração – diálogo entre Estado e Sociedade;
  • Diretrizes para que o poder público possa operacionalizar a formação de agentes para o atendimento;

O imigrante haitiano Jean Samuel deu seu testemunho, destacando suas dificuldades de integração como imigrante, principalmente quanto à língua, cor, preconceito, desemprego, e regularização da documentação. Falou ainda da realidade dos imigrantes atendidos pelo CRAI, alguns visivelmente marcados por crise existencial.

Em diversos momentos, reafirmou-se que a presença do imigrante é uma oportunidade, não uma ameaça para nossa sociedade. A maioria deles são jovens, e com graduação escolar. A Sra. Karina Euzébio, representante da Secretaria de Assistência Social, falou sobre além da parceria com a ASA na execução do CRAI, pretende-se fazer: mapear da rede para o diagnóstico da realidade; ter o cadastro único – CRAS; organizar nove pólos de atendimento e realizar uma reunião com os prefeitos da grande Florianópolis.

A Defensoria Pública, representada pela Sra. Anne Teive Auras, falou sobre outros elementos e lembrou os participantes de que tem atuado especialmente com a demanda da documentação; atendimento de saúde, educação, creche, e nos casos de abusos da autoridade. Manifestou, ainda,disposição para continuar colaborando com o trabalho.

No debate os participantes apresentaram entre outras, as seguintes sugestões e
encaminhamentos:

  • Manter e aperfeiçoar a qualidade no atendimento aos imigrantes no Estado de Santa Catarina.
    • Dar continuidade ao Centro de Referencia e Atendimento aos Imigrantes (CRAI),
    incluindo-o na reforma administrativa do Governo do Estado.
    • Conhecer melhor a Lei 13.445/2017 e aplicá-la na realidade do Estado, com a
    elaboração de uma Lei Estadual para Imigrantes.
    • Realizar o debate sobre a realidade dos imigrantes nas diferentes regiões do Estado.
    • Realizar um encontro com as secretarias de Estado, Assembleia Legislativa,
    Associações de Migrantes, Polícia Federal, Defensoria Pública para articular o
    atendimento aos imigrantes.
    • Criar um espaço de acolhida, temporária para os imigrantes que chegam.
    • Possibilitar a participação de imigrantes nos conselhos locais.
    • Preparar os servidores públicos para o atendimento dos imigrantes.
    • Encaminhar os imigrantes para o mercado de trabalho.
    • Fazer com que nas universidades o migrante não seja apenas sujeito de pesquisa, mais sim sujeito da ação.

Dom Wilson propôs que esses indicativos sejam assumidos por todos os participantes e este relatório lhes seja enviado, bem como aos outros convidados que não participaram do encontro.

Florianópolis, 20 de maio de 2019.

Arcebispo Metropolitano de Florianópolis                             Diretor Geral da FACASC

Faça download da carta:

MIGRAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS EM SANTA CATARINA

Saiba mais sobre este encontro: Arquidiocese e FACASC promovem encontro com legisladores