Encontro da Pastoral do Povo da Rua na Catedral Metropolitana com Dom Wilson Tadeu Jönck, Arcebispo Metropolitano
Diante da frequência de noticiários e debates que envolve as pessoas em situação de rua, muitas dúvidas surgem em relação as ações desenvolvidas a fim de minimizar esse drama humano. Atender um irmão em situação de rua é um ato cristão?
A Pastoral do Povo de Rua tem na sua missão traçado um itinerário que define uma ética cristã na atuação junto a esses irmãos, vejamos: “Ser presença junto ao povo de rua, reconhecer os sinais de Deus presentes na sua história e desenvolver ações que transformem a situação de exclusão em projetos de vida para todos”.
O primeiro passo da missão é ser presença, reconhecendo a pessoa como irmão. Nele há as digitais de Deus, como tem em cada ser vivo e na natureza. Todos têm sua história, sua trajetória e sinais de vida que devem ser conhecidos e valorizados.
O segundo passo é buscar ações que se transformem em projetos de vida para todos. Esses projetos não devem ser feitos para as pessoas e sim com elas num verdadeiro caminho de libertação.
A Campanha da Fraternidade 2024 nos ensina que nossa fé nos recorda de que somos todos irmãos e irmãs, possuidores da mesma dignidade, o que nos dá uma igualdade fundamental (texto-base, CF 24). Em verdade, “deve-se eliminar, como contrário à vontade de Deus, qualquer forma social ou cultural de discriminação, raça, cor, condição social, língua ou religião” (cf. GS, n. 29).
Na Arquidiocese temos o Projeto Moradia Primeiro que visa a reinserção social das pessoas em situação de rua, desde abril de 2020 já passaram pelo projeto 59 pessoas, recebendo suporte em aluguel, alimentação e cuidados, sendo 9 crianças, destas apenas 10 voltaram para situação de rua. Além da eficácia na reinserção social, o projeto também se destaca pelo baixo investimento financeiro que é feito.
Artigo publicado no Jornal da Arquidiocese, edição de março 2024, página 5.